Entrar em uma faculdade já sabendo o que se quer seguir não parece ser muito anormal. Talvez isso fosse realmente uma certeza, mas em nossos dias de tantas seduções profissionais, com um mercado fechado para algumas áreas, complicado e indeciso por demais no que diz respeito ao intenso fluxo de profissionais, concomitantemente às suas dúvidas, podem intimidar alguns jovens prestes a ingressar na carreira desejada.
Nos corredores da Faculdade de Filosofia de Campos, esse ar de dúvida entre os estudantes é presente. Mas os olhos brilham quando falamos de carreira, de perspectiva e de como seria o futuro. E vi também o óbvio: eles esperam pelo mercado, esperam trabalhar.
A escolha pelo curso de jornalismo parece genética.Talvez nem seja bem uma escolha, parece que não se está submetido a ela, mas ao contrário, somos escolhidos.
A maioria dos entrevistados, nos corredores e no “pastel” (aqui em frente mesmo, acredito que nem todos “pastelam”) as respostas em relação a que meio seguir na profissão de jornalista, foi quase unânime: das nove pessoas que entrevistei entre o 3° e 7° período, sete afirmam que querem praticar jornalismo impresso. As áreas citadas foram a cultural e de esportes. Dois alunos ainda não decidiram qual o meio em que desejam exercer a profissão ao longo da vida. Inquietos, disseram que é cedo ainda, não conseguem formular muito bem o perfil de cada veículo.
A decisão do exercício da profissão utilizando a web como espaço também tem o seu lugar ao Sol. É claro que no mercado em que estamos, qualquer meio é bem vindo, comentou um aluno do 3° período de Itaperuna, visitando apenas o curso hoje. Então, embora pareça um pouco disperso, esse é um retrato que traduz a parcela menor dos estudantes, ao contrário do que poderíamos pensar.
A paixão, por vezes, não caminha sozinha, precisa de músculos e não só de alma. O músculo a que me refiro pode ser a faculdade, os professores, o mercado ou até mesmo e prioritariamente a corrente expressiva que existe entre os eternos apaixonados, por entenderem que embora possamos receber algum dia por esse serviço, a decisão é uma: quando o escrever causa ardores no peito, o jornalismo supre e encarrega de aliviar. Escrever é entender e se fazer entender.
Juliana de Souza
terça-feira, 13 de março de 2007
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